quarta-feira, 18 de julho de 2007

Passou... passei, passeio.

Passou um carro
outro carro, outro carro, um caminhão,
um helicóptero, um avião, outro carro
carro, motocicleta, motoneta, moto-qualquer-coisa

Passei, margeando o betume negro pelo calcário... humaninificado, humano-feito;
uma loira, outra loira, um japonês calvo, uma motoneta,
um caminhão, dois caminhões, uma morena de saia, helicóptero, ônibus número 557T-10
carro, caminhão, duas loiras, um homem de bigodes, outra motoneta,
helicóptero.

Os semáforos vermelho nunca me transmitiram segurança.
Os vestidos vermelhos sempre me fizeram olhar de viés.
O sangue é vermelho, meu sangue é vermelho...

3 comentários:

Anônimo disse...

Uma das primeiras crônicas do Vitão q eu li! E eu achei mto boa! Cenas movimentadas e cotidianas!

Anônimo disse...

O seu estilo lembra muito nossos poetas modernistas ,esse,lembra um heterônimo de Fernando Pessoa que sempre esqueço o nome.Aquele mais futurista...
Gostei da crônica,passa a imagem do cotidiano em flashes que guardamos na memória e vêm à tona em momentos despreocupados.

Anônimo disse...

É Álvaro de Campos