segunda-feira, 27 de agosto de 2007

Hibisco Azul



Quando eu tinha uns 4 anos, lembro de um quadro que meu pai havia começado a pintar. Era um vaso com flores e folhas secas, tristes. Lembro também que ele não chegou a concluir tal quadro.
Quinze anos depois, encontro o mesmo quadro inacabado e resolvo colocar cores mais vivas, reviver umas, modificar outras, aumentar as flores, reviver aquela natureza morta. E este é um resultado: um quadro feito à "quatro mãos", batizado por mim de "O hibisco azul". Pintura em óleo sobre tela, de Geraldo e Angélica Paraizo.

domingo, 19 de agosto de 2007

Mente, não

Corpo, corpo, nunca o corpo
Mente, não mente, ou sempre mente
Alma, liga surreal a extremos
Desliga corpo e mente, liga
Sim, a morte, sem corpo

O chão, só, solo, sólido
Solúvel corpo, mas
O corpo não quer solo
Ou a mente quer o não-solo
A alma quer, suplica, salvação

Ambos distintos
Sempre juntos, enlaçados
Alma e mente, que mente
Porém o corpo não
Mente.

Sempre unidos, porém o sempre
É sempre finito, não
Imortal. Busca por liberdade.

Alma, corpo, mente
Sempre, sem contraste, sem controle
Sem direção
Um dia, um instante
Onde estarão

Um extinto, um eterno
Outro, lamentos, alimento
Decomposto, apenas início
Nova-mente.


Juliana Lima

quarta-feira, 15 de agosto de 2007

Os Dias em Proust


Quanto às lembranças de minha infância resta o fato de tê-las esquecido, exceto a memória de um sapato perdido na lama, dos rabiscos em giz nas paredes, do canto fugidio das cigarras, do odor da chuva sobre a terra. Ou logo depois de mudar para o asfalto, para as ruas afastadas do sítio, a descoberta das raparigas ociosas em seus saltos e a cor escarlate de seus lábios, das pessoas “encimentadas”, da virilidade dos homens e da fumaça sobre as telhas daquelas casas pouco vazias. Tudo aquilo me fez conhecer o ritmo frenético das horas urbanas e do quanto eram vulgares todas aquelas paisagens. Mas logo depois me veio o hábito de conviver ali, tão perto do “mundo”.
De repente, tudo isso era fugaz e tudo estava predestinado ao esquecimento, quando entrei nas primeiras páginas de “No Caminho de Swann”, a nascente da obra do francês Marcel Proust, que agora matizava com suas paisagens, as cores das tardes em que eu me punha a lê-lo. Era Em Busca do Tempo Perdido [À la recherche du temps perdu], em seu primeiro volume dos sete livros, que encerrava ali a minha memória para seguir os enleios proustianos.
Sim, poderia ser um encerramento, pois aquele que se dedicou 20 anos de labor ininterrupto a esta obra, não poderia deixar algo de útil daquilo que fosse meu, sequer um sobejo de.
Encontrei a velha Combray, cidade onde são narrados os dias da infância do narrador e de suas buscas pelo tempo. Os laços frouxos da burguesia posta em seus salões, os homens extasiados em prazeres mundanos, faziam da narrativa a memória involuntária de Proust, desde os nove anos acometido pelas inflamadas dores da doença que o acompanharia até os dias de sua morte: a asma.
As passagens de “No Caminho de Swann” confundem o narrador e o escritor, trazendo à margem dos parágrafos a memória do filho da burguesia parisiense do século XX, a clausura de si, a criança cercada pela proteção materna, a vida doentia que o abreviara aos 57 anos, sem ver a maior parte de sua obra sendo publicada.
Depois de perder sua mãe, Proust decide trancar-se num quarto com paredes forradas de cortiças, para diminuir o barulho que vinha das ruas - agora tão vazias de sua presença - mesmo nos cafés, onde era costumeiro vê-lo transitar.
Apesar das frivolidades urbanas de Paris, que vivenciava a manifestação de fin-de-siècle, em sua avalanche do mundo moderno, Proust não infiltrou em sua obra estas descobertas do novo século e suas mudanças, pois não estava à mercê das máquinas e de suas possibilidades. Apenas deixou-se imprimir nas quatro mil páginas que compõem a Recherche. Deixou-nos seu olhar ao tempo, sua idéia de perda ao mundanismo, de ceticismo à natureza humana e engendrou-se nele mesmo para emprestar-nos nas três mil páginas páginas a própria vida, para mostrar-nos a perda de si e dos outros.
Decerto, ao fim daquelas páginas estava a descoberta desordenada dos dias, a incoerência das horas e, a única maneira para recuperar aquele tempo era negar-me a ele.



cleiltonsilva

quinta-feira, 9 de agosto de 2007

Como Almodóvar

= cartaz da peça . por Aline Brault =

Falando abertamente da peça de teatro “Como Almodóvar” dirigida por Gláucio Machado

A chuva bem pensou em brecar a minha odisséia ao teatro, frustração, sou filho de Ogum, abri as espadas em alto e saí turvando o mundo até a primeira poltrona da segunda fileira (mais alto, ver bem). Nós, soteropolitanos [mesmo que adotados], fomos privilegiados com a graça de ver as “cores de Almodóvar” pintadas num palco. Os formandos em Artes Cênicas pela Universidade Federal da Bahia, como conclusão de curso, estão apresentando uma seqüência de três peças. A primeira, já está sendo. A segunda (As Bruxas de Salem) e a terceira (Viva o Povo Brasileiro) irão acontecer no mês de setembro, ainda, não vem ao caso. Conheci Almodóvar através de “Matador”, filme de 1985, o 5º dentre 16. Esse filme foi exibido pela Rede Bandeirantes há muito tempo. Vi-o sem ter idéia de quem viria a ser o tal diretor libriano. Revendo Matador, lembrei de minhas primeiras contrações juvenis ante ao cinema. Concluí a filmografia do “homem-vermelho” este ano, vendo, por último, seu primeiro filme “Pepi, Luci, Bom y otras chicas Del Montón” (1980), esse não veio cópia para o Brasil, o motivo de tê-lo assistido foi através de meios fugidios que a Internet nos fornece. Em outra oportunidade tratarei com mais cuidado a respeito dos belíssimos filmes do espanhol, hoje, é dia de falar dAquela peça. O “incestuoso” texto da jovem Cláudia Barral é, no mínimo, revolucionário. Ela soube de maneira brilhante traduzir parte lustrosa dos filmes de Almodóvar sem querer forçosamente trazer o cinema ao palco. O roteiro (texto) da peça foge completamente da estética cinematográfica, vai costurando as personagens em uma trama atemporal e sem, incrivelmente, perder o fio em instante algum. Somos, todos, atados por cada gargalhada, cada pranto desmedido e, até, a cara apática das personagens gordas, magras, mulher-homem, homem-mulher, sempre “autênticas”! Misturando passado-presente-futuro e pondo, sem derramar o copo, nove atores em cena vivendo em nove mundos diferentes, o texto é assustadoramente encantador. Em uma mesma Dolores temos Agrado (Tudo sobre minha Mãe), Juana (Kika) e Marina Osório (Ata-me): formamos uma “chica” à beira de um ataque de nervos. A alma feminina, ilustrada de maneira tão Vermelha nos filmes, foi transcrita ao teatro com uma vivacidade equiparável. Tínhamos todo mundo ali, “que overdose”! Qual a regra ou mandamento naquela balbúrdia de sentimentos? A lei era penetrar cada vez mais profundo no Labirinto de Paixões em busca de um regador para as plantas, ou para a alma? “Fale com ela” que talvez ela lhe diga a “Flor do Segredo” de ser intensa, ser plena, estar além dos “Maus Hábitos” ou da “Má Educação” e entregar-se à “Carne Trêmula”, mesmo que para isso seja preciso “Volver”, volver, volver, ao passado e traçar as curvas para o futuro ... Bem que eu poderia tentar, mas será impossível conseguir descrever cada cena, cada susto, essa peça é do tipo que fica tudo registrado, mas não se pode contar: estraga! Posso dizer mais que foi apaixonante. A iluminação de Felipe Benevides [êpa! Não sou eu] estava saborosa! Migrando da vermelhidão à suavidade azul, passando pelo branco e o amarelo: contrastante e arisco. O figurino era já esperado, pelos olhos e mãos de Karina Allata, víamos a onça, a zebra, os paetês, o abóbora, o verde, o verrrrrrrrrrmellho, e as flores: ah as flores! Aquelas peças únicas só podem ter saído de um brechó andaluz, [quase] todas trajando a verdade e postas como numa figura dadaísta “De Salto Alto”. Os sapatos... Salto fino, plataforma, curvilíneo, acolchoado, vermelho, marrom, pretos... Viva os saltos! O cenário furta-cor por Renata Cardoso, com direito a explorar todo o mundo dos sofás, pufes, telefones, papéis-de-parede, cortinas, abajures, copos, taças, almofadas,... Lembrava, muito, principalmente, as casas (apartamentos) de “Que fiz eu para merecer isto”, “Tudo sobre minha mãe” e “Labirinto de paixões”: cores, cores, cores,.. Os cabelos tinham vida própria, destaque para a sexualmente avultada Rosário, saída de Matador, que trazia um cabelo superiormente interessante, além do figurino cigano. A música espanhola se fez presente, também, hits como “Soy infeliz” atochavam de humor um suicídio mal-sucedido: brilhante, brilhante. Temos um final carnudo com um Bolero (?) dançado a quatro e aplaudido de pé por minutos. Foi tudo surpreendente como um doce de Cupuaçu. Felizardo os que puderem prestigiar essa nova penca de bons atores advindos de nossa “Senhora Sé da Bahia”. Desejo-os muita sorte na luta braçal (por que, não?) em defesa do teatro, da labuta em ser ator, da sensibilidade e das coisas vermelhas da vida!
Viva o escarlate!
Viva Almodóvar!
“Viva o teatro, viva o artista, viva essa gente que faz arte e trás a vida!”
¬ Aos interessados, os longas-metragens:
  1. Pepi, Luci, Bom y otras chicas del montón (1980)
  2. Labirinto de paixões (1982)
  3. Maus hábitos (1983)
  4. Que fiz eu para merecer isto? (1984)
  5. Matador (1985)
  6. A lei do desejo (1986)
  7. Mulheres à beira de um ataque de nervos (1987)
  8. Ata-me! (1989)
  9. De salto alto (1990)
  10. Kika (1993)
  11. A flor do meu segredo (1995)
  12. Carne trêmula (1997)
  13. Tudo sobre minha mãe (1999)
  14. Fale com ela (2002)
  15. Má educação (2004)
  16. Volver (2006)

por Felipe Ferreira

terça-feira, 7 de agosto de 2007

Ballet Clássico

Dores, manchas roxas, calos que doem, calos que descolam dos pés, bolhas... Palavras que soam de uma forma nada delicada. Palavras que se opõem totalmente à delicadela e suavidade vistas nos palcos, nas pontas dos pés de bailarinas e bailarinos. Eis os bastidores do Ballet Clássico!
Abaixo, a coreografia Flocos de Neve, um trecho (Dificílimo! Digo por saudosa experiência própria) do repertório O Quebra-nozes, na versão de 1994, pela companhia Kirov Ballet.




A primeira apresentação de O Quebra-nozes foi em 18 de dezembro de 1892.
Coreografia original de: Marius Petipa e seu assistente Leon Ivanov.
Composição: Pietr Ilyitch Tchaikovsky.

domingo, 5 de agosto de 2007

Sobre as dores

Björk - Unravel

Acho-os semelhantes [texto e música].

::Lágrimas Ocultas::

Se me ponho a cismar em outras eras

Em que rí e cantei, em que era querida,

Parece-me que foi outras esferas,

Parece-me que foi numa outra vida...

E a minha triste boca dolorida

Que dantes tinha o rir das primaveras,

Esbate as linhas graves e severas

E cai num abandono de esquecida!

E fico, pensativa, olhando o vago...

Toma a brandura plácida dum lago

O meu rosto de monja de marfim...

E as lágrimas que choro, branca e calma,

Ninguém as vê brotar dentro da alma!

Ninguém as vê cair dentro de mim!

(Florbela Espanca)

Por Felipe Ferreira.

Resista !

O imperialismo está em ação. A arte de proliferar o capitalismo e espalhar a miséria. Esse é o pacto que o diabo fez com os governantes, porém quem paga somos nós. Nos arrancam a liberdade e corrompem como uma doença cada um que toca a época atual. Nunca mais seremos livres, viramos só corrompidos e nossa corrupção nos evita de evoluir e de nos libertar, porém a luta ainda está a caminho, seja revoltado, vire o rejeito da sociedade, só assim poderá trazer mudanças para ti e para a sociedade.
Resistência. Não se entregue ao sistema, lute contra o imperialismo até o fim dos teus dias se preciso. A revolta é a base para as mudanças. Rebelde, fanático, marginal, anti social, fora da realidade, sonhador... nomeie como quiser, menos de alienado e derrotado, antes morto que ajoelhado, não queremos migalhas nem se curvar diante de ninguém, lute até o inferno se preciso. Antes o inferno que aceitar uma sociedade que não te aceita, e te quer uma marionete calada. Por isso grite a resistência, profetize a revolução, ninguém mais quer ser controlado.
texto crítico por : Marco

sábado, 4 de agosto de 2007

Eu estive no Baixio das Bestas

(ParÊnteses - apresentação): Sou novo por aqui. Agradeço pelo espaço, espero ser bem quisto. Obrigado pela atenção, senhores:

Incultas produções da mocidade
Exponho a vossos olhos, ó leitores:
Vede-as com mágoa, vede-as com piedade,
Que elas buscam piedade, e não louvores:
Ponderai da Fortuna a variedade
Nos meus suspiros, lágrimas, e amores;
Notai dos males seus a imensidade,
A curta duração dos seus favores:
E se entre versos mil de sentimento
Encontrardes alguns, cuja aparência
Indique festival contentamento,
Crede, ó mortais, que foram com violência
Escritos pela mão do Fingimento,
Cantados pela voz da Dependência.
Bocage
.
.
.

Falando, abertamente, sobre o filme "Baixio das Bestas" de Cláudio Assis

“Terra que não aparece
Neste mapa universal
Com outra; ou são ruins todas
Ou ela somente é má”
- Gregório de Matos –

Credito a Cláudio Assis o estandarte de “Boca do Inferno” de nossos tempos. Cheguei à Sala de Arte arfando, depois de um pique para não perder o horário, mas entrei a tempo de ver as luzes sendo apagadas. Abre a cena e somos estapeados com 1h20 de miséria, miséria, miséria humana nas telas. “A usina vai devorar nós todos”. Vai sim, como a fossa cavada ao lado da casa que em breve será a cova, em breve. Vi “Amarelo Manga” faz dois anos e pude abrir os olhos para a cena cinematográfica de Pernambuco, conheci o menino Cláudio xingando o mundo e seus “podres poderes”, mas foi depois de ter visto “Baixio das Bestas” que pude sentir a acidez natural de suas palavras-imagens. Numa terra de ninguém, onde manda quem pode e obedece quem tem juízo, vemos traçado o círculo do mundo. A vida circular que torna ao mesmo ponto, chegando ao máximo numa involução desordenada. É um filme de grandes caricaturas de nossos dias. O velho asqueroso que expõe sua neta de 13 anos aos urros de caminhoneiros, vestindo esse uma capa de moralista, mas que em tese seria alvo das próprias críticas. A vontade que nutrimos em todo o filme é que o velho (seu Heitor) seja queimado junto com a cana pra ver se com ele ia junto o “câncer do mundo”, mas ele não é o mal sozinho. Em verdade, o filme não expõe uma visão maniqueísta. O que vemos é a paisagem mal cheirosa do mundo, a podridão do Sistema (o latifúndio do filme). Nesse (sub)mundo temos um cinema abandonado onde Cícero e seus amigos fumam, bebem, masturbam-se, estupram e matam, afinal: “No cinema tu pode fazer o que tu quer”. Esta frase, ambígua e metalingüística, é dita ao espectador de maneira crua e em quebra à 4ª parede. O filme é mesmo assim: barroco-realista. Cícero, filho de afamada família de fazendeiros, mora em Recife (centro-urbano próximo àquela paragem, suposto ponto de desenvolvimento humano e esperança de riqueza e prosperidade) e nutre por Auxiliadora (nome sugestivo à posição de auxílio-renda que a menina assume na casa do avô) uma paixão desmedida, inerente à condição em que a menina se encontra. Em suas mãos passa a decisão pelo futuro de Auxiliadora, mas há ainda o velho que não abrirá mão de seu ganha-pão. Travada a quebra de braço [subtendida] vemos a verdade: não há futuro, não há saída por ali. Ainda nesse vilarejo cravado em meio à cana-de-açúcar funciona um bordel. As mulheres ressacadas compartilham seus prazeres e desgraças num mesmo “ali” sem dono. Há quem sonhe com um “futuro”, há, mais ainda, quem aceite o fardo e se deixe passiva à realidade mal fundada. Mulheres carecas, mulheres peitudas, mulheres cansadas, mulheres gozadas, mulheres-homens, há de tudo e mais um pedaço. Sexo, machismo, maracatu e o decadente sistema latifundiário de extração da cana completam o cenário do filme. Será que precisamos ir tão longe para enxergar o que Assis nos fala? São anos de decadência, anos de podridão, o mal-cheiro começa a incomodar e não dá para tapar o nariz e os olhos. Este filme é um grito, um gemido, um aceno: “Olhem-nos, é desgraça demais, abram os braços”. Ele, ainda, nos diz “A pobreza vai socializar o mundo” – há duas maneiras disso ser feito:
- A primeira, já corrente, é através de uma podridão tão coletiva que todos, absolutamente, estarão imersos numa mesma fossa, de maneira gêmea e indissociável.
- A segunda, tardia, é através de um sentimento de não-passividade onde o mal-cheiro [já sentido] incomode e provoque a ação conjunta que socialize o “doar”.
Não sei, não sei, não sei. Saí da sala cansado, foi como uma surra ter visto todas aquelas cores: Uma vitamina de jaca. As atuações são primorosas, a maravilhosa Marcélia Cartaxo (atriz e preparadora do elenco) trouxe o homem-cão às telas. Somos presenteados com a estreante Mariah Teixeira, Matheus Natchergaele (como sempre, dando um banho de grandeosidade artística), Caio Blat (Cama de Gato), Dira Paes (maravilhosa em Amarelo Manga), Hermila Guedes (grande em O Céu de Suely), Conceição Camaroti (sempre autêntica) e muitos figurantes, inclusive o próprio Cláudio. Presenciamos, também, a musicalidade saborosa do "Maracatu Estrela Brilhante".


Em suma: O homem do sertão, do agreste, das Américas, do mundo. O homem-lixo. Asco, asco, asco. Cuspi duas vezes ao sair do escurinho. A vontade que tive foi de aplaudir, mas me acovardei ante os (sete) companheiros de sala. Sugiro a você, leitor, que divida essa interrogação comigo: veja-o.




Termino o filme e o que vejo? Não há saída.(?) Não há nada.
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Felipe Ferreira