sexta-feira, 27 de julho de 2007

O que? Ou? É isso? Sim ou não!

Para que regras parnasianas?
Para que rimas perfeitas?
Se os pensamentos fluem sem quaisquer ordens!
Necessito ter ao menos instantes de liberdade.
A cada palavra, suspiro, lágrima, lembrança. Teria ordem nisso? Seria perfeito se ordenasse cada palavra de acordo com regras poético-literárias? Creio que não, e muitos modernistas conceituados também expuseram seus sentimentos de formas tão diversificadas, que chocaram o mundo em plena crise. Jogo de palavras, versos livres, palavras livres; logo, sentimentos livres. Alma livre!
Diversas vezes tentei rimar versos, metrifica-los, mas...
Consegui, aparentemente belo, porém meu peito apertou, minha mente não permitia tal ordem em tamanha entropia de idéias.
Folhas amassadas, rasgadas, decompostas que seriam um belo quadro dadaísta!
Assim como o amor, a paixão fremente, que nunca têm plena ordem, poemas também – pelo menos os meus – não devem ter. Não iriam combinar, não seriam verdadeiros, e sim, “marketizados”.
Louco mundo, de voltas, e voltas... Não se cansa. O egoísmo humano também não! Teria ordem nisso em plena desordem, preconceito, injustiça, desigualdade?
Posso ainda ser uma medíocre adolescente em transição, mas tenho plena consciência – talvez, não de meus sentimentos – mas da decadência que presencio. Creio que mesmo adulta esse sentimento de revolta não irá se extinguir, mesmo que daqui a instantes eu possa morrer, ou o mundo acabar num “click” de um botão sorrateiro, misterioso, porém eminente, ou ainda deixar cair a lapiseira no chão e pensares que por quaisquer motivos minha revolta ou meu corpo se extinguiu, ou desisti de escrever.
Tudo pode acontecer e a todo o momento. Não tenho realmente a certeza do que irá suceder, mesmo após cada letra escrita – pois posso errar – assim como Einstein sempre pensou, tudo é relativo.
Defendo a hipótese de que necessito passar por uma “inspiração” para escrever, mas meus pensamentos não esperam, ou esperam! Tanto é que quando estudo; por exemplo, física; posso escrever as equações e dizer que viraram um belo poema.
Mas agora já estou pestanejando, a grafite está por se findar – já são duas na madrugada. E digo-lhe, bom dia, boa tarde ou boa noite, depende a qual momento do dia for lido. Porém como quero, penso e sinto vontade de dizer, ou melhor, escrever, digo, ou penso, ou psicografo: Boa Noite! Que os anjos guiem nossos destinos como queremos, ou lutemos Por ele! Amém.
São vinte e três horas e quarenta e cinco minutos, mas meu corpo sente que são quase duas da madrugada, então escrevo que são duas, e confirmo com meu cansaço e minha insônia.E assim finalizo... Ou inicio!


Juliana Lima

3 comentários:

Felipe Benevides disse...

Belas idéias Juliana,

Penso o mesmo, partindo de que quando pensamos não existem vírgulas ou parágrafos apenas confusão. Se escrever-moderno é vomitar os sentimentos no papel sem filtrá-los, que seja assim. Pois é o nosso que se faz verdade quando pomos sem ajustes. Não tiro a beleza da métrica impecável dos sonetos de Florbela Espanca, estes que traduzem minha alma. Mas não posso negar o apreço em ler o que precisa ser dito, sem pontos, nem vírgulas, nem métrica ou rima.

Anônimo disse...

Você escreve muito bem ,mesmo.É duro quando queremos escrever e ter que se preocupar com as malditas regras.E quem disse que o bonito é escrever com regras ?Quem foi o maluco que queria estética nas palavras ,letras são alimento da alma.Não dos olhos!
Belo texto.

Anônimo disse...

Em resposta ao Felipe Ferreira...
Eu também acho mui belo poesias, sonetos... que seja... por suas métricas, resumindo, estética em si. Mas digo que, pelo menos eu, quando tento escrever "medindo" versos, é algo falso de minhas idéias e sentimentos!!!

Obrigada pelos elogios! (a ambos)